Não gosto de fazer compras, pronto já disse. Especialmente compras de supermercado.
Fico inquieta para sair dali a correr. Fico com calor, fico com frio, fico irritada, não gosto. Ainda assim, essa cena de ter que comer obriga-me a ir às compras pelo menos semanalmente.
Ai Gasper, mas se não gostas porque vais tanta vez? - Perguntam vocês em pulgas.
Porque sou desorganizada, porque faço meias listas, porque esqueço-me da lista em casa, porque não sei o que vou querer comer o mês inteiro, porque sou assim.
Ora, muitas vezes, vou com o gajo às compras. O gajo adora a minha capacidade de apressar as compras. Quando tenho lista, dividimos para conquistar: vais buscar queijo, leite, cereais e eu vou aos produtos de higiene, encontramo-nos nos congeladas. E lá vamos nós que nem pequenas lebres a todo o vapor.
Depois chegamos ao ponto de encontro, cada um cheio de coisas nos braços. E o carrinho? Tu é que tinhas o carrinho das compras! Eu não. Tu é que tinhas... e lá vamos nós como dois anormais cheios de compras nos braços procurar o carrinho desaparecido.
A semana passada, já a terminar as compras (com o carrinho cheio), lembrei-me que faltava pão ralado e polpa de tomate. Eu fui ao pão, o gajo foi ao tomate, e ponto de encontro: caixa registadora!
Chegamos à caixa, e o carro? Ninguém sabia do carrinho, nem do resto das compras. Lá tinha ficado o pobre desgraçado estacionado, outra vez, algures no meio de um corredor.
A triste saga de ir às compras.