Perante as situações complexas com que me deparo alguns dos dias. Ora que ouvi o meu nome a ser chamado em gritos histéricos de apuros. Pensei cá para mim, alguém está a morrer...
Fui a correr pelo corredor fora e lá estava ele, o senhor com figura caricata que levou o escadote do pseudo-laboratório. Figura caricata não é bem o termo certo, pronto... não tem os dois dentes da frente, é baixote e gordinho, não gosta de ter o rego do cu tapado pelas calças e fala com uma pronúncia Micaelense tão acentuada, que eu Micaelense pura não percebo metade do que diz.
Continuando a história, lá estava ele aflito com o escadote na mão, quase em pânico porque o escadote não cabia. O estupor do escadote não passava pela porta, não passava de maneira nenhuma! "Como? Como é que vou sair daqui com o escadote, se não consigo passar pela porta?"
- O senhor já experimentou deitar o escadote? - Perguntei quase a medo.
- Oh menina, pelo amor de Deus, não me serve de nada deitar aqui.
- O escadote, senhor, deitar o escadote. Leva-lo na horizontal.
Exemplifiquei.
Aiiii o salto de alegria, perante a resolução de um problema tão grave, acompanhado de um:
"Aiii menina, por isso é que é engenheira, é mesmo inteligente!"
E é assim que eu aumento a minha auto-estima, é assim minha gente.