A realidade é que a coisa é semelhante ao jogo das cadeira que brincava em pequena. A música toca, todos andam, mexem-se animadamente, mas sempre de olho numa cadeira. A música pára, é o pânico. Tem de arranjar uma cadeira, não pode ser a única pessoa a ficar de pé. Tudo se passa em fugazes instantes.
Ela jogou, acabou de pé. A realidade é que o jogo continua. Acaba uma ronda, mas o jogo recomeça. Existem novamente cadeiras vagas, a música anima, as pessoas dançam e há sempre menos cadeiras do que jogadores.
Ela simplesmente parou, deu por si e tinha parado de jogar. Ficou de pé. Ouve a música, assiste ao jogo, acompanha as vitórias e derrotas, e até a quedas provocadas por mais que um jogador a lutar pela mesma cadeira.
A única que coisa que mudou, a única coisa que ela mudou talvez sem dar por isso, foi parar de jogar. Parar de procurar a sua cadeira. Simplesmente decidiu ficar de pé.