Nunca fui pessoa de pensar em casar, na realidade nunca quis casar. Nunca sonhei com o meu casamento, com um vestido de noiva, com nada disso. Quem me conhece bem sabe disso, o conceito de "um para sempre" sempre me causou transtorno, confusão e para ser sincera uma certa agonia.
Tive, como a maior parte das pessoas, aquelas relações que nos fazem desacreditar no amor. Aquelas relações que magoam, sufocam, desiludem e por aí fora.
Como também nunca sonhei com uma relação para sempre, vivia muito bem sem ela. Sempre fui independente e bem rodeada de amigos/colegas/conhecidos e tudo mais. Tinha, e tenho, as minhas pessoas.
Lembro-me de há muitos anos atrás conhecer um rapaz, simpático, inteligente e bem parecido. Tomamos uns cafés, trocamos uns telefonemas e mensagens naquela fase de reconhecimento de terreno. Antes de nada acontecer entre nós, encontramo-nos uma noite num concerto, e aí conheci-o naquele ambiente mais boémio. Havia uma rapariga, minha conhecida, que engraçou muito com ele, fez as suas investidas, ele não fez nada e o meu problema foi exactamente esse. Não se atirou à rapariga, mas também não lhe meteu travão. Afastei-me.
Este rapaz no dia seguinte convidou-me para café, fui para lhe explicar que aquela dança que estávamos a fazer acabava ali. Mostrou-se espantado e perguntou:
-Porquê, estamos a dar-nos tão bem - dizia ele.
- Porque já namorei contigo e não gostei.
- Estás a confundir-me com alguém, nós nunca namoramos!
- Não, estou a reconhecer alguém em ti e desculpa mas não é para mim.
Neste dia, sem saber, libertei-me da merda! Libertei-me do "Talvez muda", "Ele lança charme, mas na verdade é de mim que gosta", "Ele a mim não vai fazer isso". Libertei-me. Tornei-me mais exigente no que queria para mim, porque estava bem comigo, porque não ia fazer lugar para alguém ao meu lado se não fosse qualquer coisa de espectacular, não queria um mais ou menos. Libertei-me.
Uns meses depois, comecei a namorar o meu marido, mas esta história pode ficar para outro post.
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