Ontem, estava eu na minha vidinha muito agitada e importante, quando recebo um telefonema de número que não conhecia. Atendo e oiço do lado de lá, alguém a falar um português rudimentar, a separar as silabas todas e com uma pronuncia esforçada. Constatava-se facilmente que o português não era a sua língua materna e que devia ser algo que tinha aprendido há relativamente pouco tempo.
Ora que passou o seguinte:
Eric: Boa noite eu sou o Eric blá blá e estou a ligar por causa de uma sondagem de Blá Blá.
Eu: Peço desculpa mas não tenho tempo para isso.
Eric (claramente afilto): Ah, mas não tem tempo? Posso ligar mais tarde, ou noutro dia ou quando quiser?
Começou-me a pesar a consciência. O Eric tinha aprendido português, estava a esforçar-se por falar numa língua que não lhe pertence, estava com a ingrata tarefa de fazer inquéritos (as pessoas nunca têm paciência para responder a inquéritos). Resolvo ceder.
Eu: Pronto, faça lá as perguntas do inquérito então.
Eric: Para si, blá blá (nem me lembro bem).
Eu respondo. Eric pede-me para repetir e remata com: "Desculpa, mas o seu português é muito estranho e não se consegue perceber"
Eu: Eric, só sei falar português e inglês. Vamos tentar em inglês: BYE BYE ERIC.
E foi assim que acabou o telefonema. Tudo bem que a pronuncia que me caracteriza pode ser de difícil compreensão, para as pessoas com um metabolismo cerebral mais lento, mas porra ainda vou ouvir essa merda de gajo que nem sabe falar português?!
3 comentários:
Também respondi a um recentemente. Tive como resposta final: “Obrigado. Amanhã ligamos novamente para confirmar algumas respostas. É que fala muito rápido e eu não consegui tomar nota de todas as respostas.” … Como é que é possível!
Mais logo pedia-te que metesses legendas. eheheh
É o que eu digo quando a RTP passa entrevistas a açorianos ou a madeirenses. eheheh
Muito bom!
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