Gostava, mas gostava mesmo a sério, que alguém explicasse às mentes pequenas deste país que a despenalização da eutanásia, não a torna obrigatória. É uma opção, uma escolha, uma saída em paz para pessoas em sofrimento com doenças terminais.
A eutanásia não é para pessoas com problemas mentais, nem com depressões, nem com vontade de acabar com a vida. A eutanásia não é assistir quem quer se suicidar. A eutanásia é para pessoas que já lutaram pela sua vida (muito mais do que todos os que a condenam), com cirurgias, com tratamentos, com medição, com sofrimento, alguns durante anos.
A despenalização da eutanásia é dar uma opção a quem já lutou pela vida e perdeu, para quem já não tem armas, para quem só lhe resta o sofrimento, a dor, a dependência dos outros, de máquinas, de medicação e que já nem estes fazem efeito. É para quem já recebeu o seu diagnostico: esperar pela morte em sofrimento, esperar o corpo atinja o seu limite de dor, esperar sem qualquer esperança de cura.
A eutanásia é poder escolher parar de sofrer enquanto se espera pelo destino que é certo, de forma medicamente assistida. Quem somos nós (ou vocês), que não fazem a puta da menor ideia do que é passar por isso, para dizer que ter esta opção não pode ser um direito?
Neste momento, estão a decidir, pelos outros, que não podem escolher uma coisa com a qual não
concordam.
Pessoas, ser verdadeiramente livre é ter escolhas. É poder decidir entre escolhas.
Pela liberdade, serei sempre pela liberdade.
2 comentários:
Subscrevo na íntegra!!
Desde o último lavar de roupa suja antes deste, perdi algumas das dúvidas e ganhei muitas certezas sobre a eutanásia, muito por culpa de gente que todos nós sabemos que se estão a cagar para a vida dos outros, mas que aparecem nestas alturas com apelos dramáticos à valorização da vida.
Hoje estou 100% de acordo que a eutanásia deve ser um direito de escolha de uma morte digna, para quem a doença já não permite viver com dignidade.
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